O meteorito de Chelyabinsk surpreendeu o mundo, mas
os astrônomos logo descobriram de onde ele veio, e qual caminho ele
havia percorrido antes de chegar à Terra.
Ao observar todos os vídeos disponíveis e
ao usar um pouco de trigonometria, eles conseguiram descobrir que o
meteorito pertence à classe Apollo de asteroides – um indício de que ele
provavelmente se originou no cinturão de asteroides do nosso sistema
solar.
Os asteroides Apollo são um grupo de
objetos próximos à Terra (NEOs, da sigla em inglês) que regularmente
cruzam a nossa órbita. Os Apollos, que receberam esse nome devido ao
asteroide 1862 Apollo, têm uma distância de periélio de aproximadamente
1,017 AU (menor distância que um objeto em órbita chega do Sol), e um
semi-eixo maior do que o da Terra. Dos 9.700 NEOs descobertos até agora,
cerca de 54% deles são Apollos.
Os astrônomos chegaram à origem do
meteorito após calcular sua trajetória, o que mostrou uma órbita de
baixa inclinação elíptica. Isso sugere que ele veio do nosso sistema
solar, mais provavelmente do cinturão de asteroides entre Marte e
Júpiter.
Para fazer os cálculos, Jorge Zuluaga e
Ignacio Ferrin, da Universidade de Antioquia em Medellín, na Colômbia,
isolaram seis diferentes variáveis obtidas a partir dos vídeos. Após
analisarem as imagens, os pesquisadores definiram quais eles achavam ser
as perspectivas mais confiáveis: uma câmera posicionada na Praça da
Revolução em Chelyabinsk, e um vídeo gravado em uma cidade próxima
chamada Korkino. Eles também usaram a localização do buraco no gelo no
Lago Chebarkul para fazer as contas.
Os astrônomos estavam mais interessados
em observar o ponto no qual o meteoro se tornou brilhante o suficiente
para criar uma sombra no chão – uma importante pista para ajudar na
triangulação.
Os valores resultantes – como
velocidade, peso e posição – foram inseridos em um software de
astronomia desenvolvido pelo Observatório Naval dos Estados Unidos. E
para compensar as potenciais incertezas sobre o movimento do meteoro
pela atmosfera, eles calcularam os parâmetros orbitais mais prováveis.
Os astrônomos admitiram que os resultados são preliminares, mas a
análise deles continuará assim que novos dados se tornarem disponíveis.
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